sábado, 26 de outubro de 2019

São Paulo

Nota: o poema abaixo é uma ligeira adaptação do original "Recife", de Manuel Bandeira (1963).

Há que tempo não te vejo!
Não foi por querer, não pude.
Nesse ponto a vida me foi madrasta,
São Paulo.

Mas não houve dia em que te não sentisse dentro de mim:
nos ossos, nos olhos, nos ouvidos, no sangue, na carne,
São Paulo.

Não como és hoje,
mas como eras na minha juventude.

Ainda existirá a velha casa de Dona Cecília?
Meu sonho era acabar morando e morrendo
Na velha casa de Dona Cecília.
Já que não pode ser,
Quero, na hora da morte, estar lúcido
Para mandar a ti meu último pensamento,
São Paulo.

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